sábado, 28 de janeiro de 2012

Trajetórias


 Ela segue sua trajetória de um ponto móvel
sólido e branco-brilhante
ela não encontra a extinção
um sopro cortante esfria seu espectro
as folhas sibilam ante o relampejo do seu olhar
ela encontra suas diversas mortes
vestidos rasgados
desnuda de toda sua púrpura volúpia
seus ossos foram pulverizados
ela se desprende das geleiras continentais
que seguram seu corpo
sua pele alva agora é prata noturna
porém, ainda brilha em sangue
que arde e queima todo seu paraíso.

Estranho

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estranho
Um tiro no estômago e palavras interminadas.
quem é esse? estranho que por mim se alimenta?
que chega toda noite com seu hálito e me diz mentiras.
que me tira todos os dias; os poucos pedaços que você me entrega.
Reptil lacertílio...na aridez que predomina onde você não estiver.
Quem é o estranho que quer falar por mim?
que vive a me envenenar e me roubar de mim.
nada mais sou; nada mais serei se ele te levar com a noite...
negra...vestida de sangue...derramando cada cálice amargo.
me cortando com o punhal da saudade.
quem é o estranho que deita em minha cama para mentir?
que fica entre nós para nos impedir.
quem me dera ser bala prateada e sangrá-lo
estranho, estranho... é o ócio da noite.
quer roubar o meu amor.
quer meu ouro e me deixar cinzas...
vá-te estranho
deixe-me viver

E.L

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ave

Sinto que no lugar do coração, o que bate em meu peito, são as asas de um pássaro pedindo liberdade.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Peccavi puniat me!





Peccavi puniat me!

Eles trespassam seu ossos
enfurecem seus pecados
seu cantigo é longo
noturno como os espelhos que punem sua culpa.
Peccavi puniat me!
Absolva o sonho do qual ela não voltou
feri o ventre que libertou seus demônios
devore essa dança vermelha que flameja volúpia em seus seios
Peccavi puniat me!
Seus gritos são sombras silenciosas
que transitam no abismo verde dos seus olhos
Peccavi puniat me!
Castigue o veneno que a corrompe como ácido incauto
me entregue seu coração inciso que não sangra
para que ele apenas adormeça em minhas mãos
Peccavi puniat me!
Ela padece no inferno do paraíso
enganada por belas mentiras devolvidas pela verdade
seus amores impudicos
são culpas que queimam sua alma!
Beije-me como um lírio negro
Peccavi puniat me!

Inquietação


Meu corpo é pesado e metálico.

Disperso no ar em fragmentos.

Tentando te encontrar em cada fria palavra.

Em cada abraço que ainda não foi dado.

Minha respiração é artificial.

Sou o impulso que faz o coração jorrar

O jato de sangue nas paredes frias e brancas.

O seu cigarro a terminar.